Como teve oportunidade de ouvir no clipe, a vida dos judeus que se refugiaram em Portugal mudou rapidamente em poucos anos. O rei Dom Manuel I, governante de Portugal, inicialmente garantiu a sua proteção, mas, alguns anos depois (1496), quando casou com a infanta Isabel de Aragão, forçou-os a converterem-se ao cristianismo. Passaram, então, a ser chamados cristãos-novos ou conversos. Alguns destes novos cristãos, que permaneceram em Portugal, continuaram a praticar as tradições e a religião judaica em segredo. Eram chamados de criptojudeus. Os que não tinham sido convertidos foram expulsos de Portugal na passagem do século XV para o século XVI. Muitos deles partiram para os Países Baixos, para França, Dinamarca e até mesmo para o Norte de África e para o continente americano. Uma das diásporas mais famosas residia em Amesterdão (tal como os antepassados de Mathilde Sugarman), onde Rembrandt os representou nos seus quadros.
A discriminação e a perseguição oficiais levadas a cabo pela Santa Inquisição terminaram apenas no século XIX, e o renascimento da comunidade judaica deu-se com a fundação da Comunidade Israelita de Lisboa. As bases para esta nova comunidade foram judeus sefarditas vindos do Norte de África.